quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Bounty Hunter



Capítulo ll



O garçom o conduziu até uma mesa da extremidade do recinto. Um lugar arejado, e com uma bonita decoração. Nela, estava um homem bastante magro, com um finíssimo bigode, e sem barba. Usava um chapéu antigo, e um terno preto, demonstrando classe.

- Sr.Rose, eu suponho!

Disse o homem, ao seu sotaque francês.

- Aqui estou, Sr.W!

- Pode me chamar de Wallis!

- Como posso ajudá-lo, então, senhor Wallis?

Thomas se sentou, apoiando ambos os braços sobre a mesa. Wallis estava com as pernas cruzadas, sentado de lado, e após olhar firmamente para Thomas, disse;

- Por favor, se afaste um pouco da mesa, e sente-se com mais classe!

Thomas deu uma breve risada, se encostando na cadeira, deixando apenas uma das mãos por sobre a mesa.

- Bem melhor!

- Que tal falar de negócios agora?

- Senhor Rose, como pôde perceber, eu sou um homem de muita classe… e também, tenho uma grande fortuna herdada de meus antepassados, que fora sendo repassada, e multiplicada ao longo dos anos, por meu bisavô, meu avô, meu pai, e agora por mim!

- Prossiga…

- Mas além de cuidar da fortuna que me fora deixada, também sou um grande apreciador das artes antigas! Obras de gênios, como Leonardo da Vinci. Mas também aprecio obras ainda mais antigas, principalmente as dos egípcios. Elas realmente me fascinam!

- De fato, são bem interessantes!

- Por favor, não me interrompa… Como estava dizendo, estas obras são incríveis, e é exatamente por isso que tenho várias delas em minha casa, em um saguão construído para guardá-las. Mas há uma escultura em especial que cobiço desde que passei a entender de arte. É uma pequena estátua de Osíris, Ísis e Hórus, conhecida como a Trindade Egípcia. Mas infelizmente, o museu do Louvre mantém essa obra como sua propriedade, deixando-a visível para olhos ignorantes, que mal entendem o quê estão vendo. Isto é uma lástima! E é por isso que quero que você consiga-a para mim!

- Haha, deixe-me ver se entendi… Você quer que eu roube o museu mais seguro do mundo, simplesmente para impedir as pessoas de verem uma estátua, porquê ela é sua favorita?

- Você não vai impedir ninguém de vê-la, só vai tirar a obra original de lá, e trocar por uma falsificada. Pode ter certeza que deixarei a obra muito bem guardada em meus aposentos!

- Olhe, Sr.Wallis, mesmo que eu quisesse, não poderia! Jamais iria conseguir entrar no museu, trocar a estátua por uma falsa, e sair de lá vivo!

- Não se preocupe, Sr.Rose, eu posso providenciar sua entrada, e furto seguros, mas infelizmente não poderei ajudá-lo a sair de lá!

- Então acho que não poderei fazer o serviço!

- Cinquenta milhões de dólares!

- Como é?

- Lhe pagarei cinquenta milhões de dólares se me fizer o serviço. Só vai ter de se preocupar em sair de lá com a estátua. Creio que a dificuldade será diminuída em setenta e cinco por cento!

- Como pode ter tanta certeza de que poderei trocar a estátua em segurança?

- Eu tenho um amigo, americano, como você! Ele é bastante influente, e pertence à uma divisão secreta dá polícia americana, sediada em Nova Iorque. Ele me deve um favor, e posso pedir que ele desligue as câmeras e o alarme do museu, por cerca de alguns segundos. Tempo suficiente para você trocar as estátuas.

- Certo. Quanto mais informação, melhor!

- A Trindade Egípcia fica na ala chamada Sully, primeiro piso, sala 29 – E6204, como estará numerada. Você vai identificá-la. Tome, use esse mapa!
Wallis abriu uma maleta de couro, aos pés da cadeira, puxando uma pasta amarela transparente. Dentro havia um mapa dobrado. Assim que o analisou, o homem entregou à pasta para Thomas.

- Esse é o mapa do Louvre. É só lê-lo, e vai chegar facilmente na seção egípcia! Mas, temos um problema…

- O alarme?

- Um chip de rastreamento! Ele fica na base da estátua, na placa de metal que sustenta os três deuses! Assim que o alarme for desligado, o chip também irá se desligar, assim como todas as obras do museu. Você vai ter cerca de trinta segundos para pegar a estátua, tirar o chip de rastreamento, colocar na estátua falsa, e voltá-la para onde estava.

- Pelo que sei, a estátua é protegida por um vidro blindado! Como irei tirá-la de lá?

- Isso terá que ser feito de dentro do Louvre! Te aconselho a fazer uma visitinha a família de Alain Chermont, diretor do departamento de antiguidades egípcias. Depois pode obrigá-lo educadamente a te ajudar!

- Preciso pensar sobre isso. Te ligarei assim que tiver algo em mente!

- Au revoir, Sr.Rose!

Thomas puxou a pasta consigo, se retirando do restaurante. Logo em seguida acenou para um táxi, que o levou para o hotel Saint Dominique, onde Katherine estava. Assim que chegou, e foi a recepção, Thomas deu o seu nome, pedindo a chave para o quarto que havia sido deixado para ele.

- É o número trezentos e quarenta e um, senhor!

Disse a recepcionista, em um inglês meio puxado. Thomas sorriu, pegando a chave. Em seguida pegou o elevador, subindo para o sétimo andar, onde o quarto ficava. Assim que chegou, ele destrancou a porta do quarto, e imediatamente viu Katherine deitada na única cama do quarto, dormindo.

- O quê você tá tentando fazer, Kate?

Ele murmurou, vendo-a seminua. Em seguida se aproximou do armário, e abriu o cadeado de sua mala, observando-a intacta, e trancando novamente. No dia seguinte, quando Thomas acordou, Katherine estava se arrumando, vestindo roupas elegantes.

- Vai pra onde, Kate?

- Pra casa da testemunha! A polícia de Paris vai me levar até lá!

- Polícia de Paris?

- Sim, foi um acordo feito com a embaixada americana. Ele tem dois políciais o escoltando.

- Quer que eu vá com você?

- Não é necessário. E mesmo que fosse, eles não te deixariam entrar!

Ela deu um sorriso, abotoando a blusa por sobre o sutiã. Logo em seguida, Katherine pegou sua bolsa, se dirigindo para a porta.

- Nos vemos à noite, Tom!

- Até, Kate!

Assim que ela deixou o quarto, Thomas tratou de se levantar. Enquanto estava no banheiro, escovando os dentes, ouviu duas batidas na porta do quarto, e uma voz feminina dizendo em alto tom;

- Petit déjeuner, Sir!

- Pode deixar em cima da mesa, por favor!

Ele respondeu, enquanto voltava a escovar os dentes. Em seguida, ouviu a porta do quarto se abrindo, e o barulho da bandeja sendo colocada por sobre a mesa de vidro, e depois, a porta se fechando. Assim que terminou, Thomas jogou um pouco d’água sobre o rosto, e voltou para o extenso quarto. Sentou-se em uma poltrona, e puxou para o seu colo a bandeja do café da manhã.

- Deixe-me ver… Suco de laranja, o famoso croissant, e brioche com queijo!

Ele disse, abocanhando um pedaço do croissant. Alguns minutos depois, podia-se ver Thomas descendo as escadarias do hotel, indo direto para a rua, com um celular por sobre a orelha direita, enquanto olhava as horas no seu relógio.

- Dez e meia!

- Sr.Rose?

- Bon Jour senhor Wallis!

- Já tem alguma resposta?

- Eu farei o serviço! Mas vou precisar de algumas coisas!

O senhor Wallis deu uma breve risada ao telefone, respondendo a Thomas;

- Ótimo, Ótimo! Venha para o Hôtel D'Orsay, onde aquele meu amigo que havia te falado está hospedado! Vai ser bom que ele participe dessa conversa!

- Como quiser, Sr.Wallis! Chego aí em meia hora!

Disse Thomas, desligando o celular, e erguendo a mão para um táxi parado alí. Assim que entrou ao veículo, disse ao motorista;

- Hôtel D'Orsay, por favor!

Cerca de quarenta minutos depois, Thomas subia pelo elevador, ao quarto indicado pelo recepcionista. Sr.Wallis havia deixado avisado de que Thomas chegaria, tendo assim, sua subida ao quarto permitida. Assim que encontrou o número dado pelo rapaz na recepção, bateu duas vezes à porta, vendo-a se abrir em seguida.

- Pois não?

- Sou Thomas Rose, estou aqui para ver o Sr.Wallis!

- Ah sim, então você é o rapaz! Entre, por favor!

Disse o homem, em um inglês tão bom quanto o de Thomas. Ele não tinha barba, e usava um cabelo curto e bem penteado. Vestia de um terno preto, e sapatos elegantes.

- Sente-se, por favor!

- Sr.Rose!

Cumprimentou Thomas o Sr.Wallis, levando uma xícara de chá à sua boca. Em seguida, Thomas se sentou ao sofá, enquanto os outros dois estavam em poltronas. Thomas colocou sua perna direita sobre a esquerda, as cruzando, em seguida apoiou seu braço ao do sofá, alisando os lábios.

- Ah, sim, me desculpem! Sr.Rose, este é Howard Denver, vice-diretor da C.I.A! Sr.Denver, este é o Sr.Rose, é ele quem irá fazer o trabalho para mim!

- É um prazer, Sr.Rose!

- Por favor, me chame de Thomas! Agora… vamos direto ao assunto!

- Direto ao ponto, hã? Gosto disso!

- Já pensou em algum plano, Sr.Rose?


- É, eu tenho algo em mente, mas vamos precisar de mais pessoas!

- Fácil, contratamos mercenários!

- Não! Essas pessoas geralmente cometem erros que podem ferrar com todos nós!

- Então o quê quer dizer com “mais pessoas”?

Perguntou Howard. Enquanto discutiam, Sr.Wallis apenas ouvia, tomando seu chá.

- Vamos precisar dos seus homens da C.I.A, Sr.Denver!

- Como é?

- Espere, prossiga, Sr.Rose!

- Será uma ação rápida, mas destrutiva! Cerca de quatro dos seus homens terão de se passar por seguranças, e conseguir acesso a sala de segurança do Louvre. Eles vão ter que levar roupas especiais, coletes, e armas pesadas. Assim que desligarem os alarmes, vão deixar as roupas de segurança, e partirão para a seção de antiguidades egípcias! O objetivo é atirar em algumas das obras, mas principalmente, danificar o vidro blindado que protege A Trindade Egípcia, mas sem deixar que eles percebam que ela era o alvo principal! Depois disso, vão se retirar do museu, e sumir do mapa!

- Confesso que ainda não entendi o propósito disso!

- Prossiga, Sr.Rose!

Disse o Sr.Wallis, agora, colocando a xícara por sobre a mesa, e atento às palavras de Thomas.

- Com o vidro blindado da Trindade danificado, eles serão obrigados a trocar a blindagem! Sr.Denver usará dos artifícios da C.I.A, e descobrirá qual a empresa que fornece os vidros blindados para Alain Chermont! Mais uma vez, teremos de usar seus homens, senhor. Sequestraremos os instaladores da blindagem, e nos passaremos por eles, mas levaremos um conosco. Enquanto isso, o senhor mandará mais dois homens para se passarem por seguranças do museu, e faça-os terem certeza de que serão eles que irão nos vigiar durante a troca de blindagem. Assim que ele retirar a blindagem, e a estátua estiver livre, você tomará controle das câmeras e dos alarmes do museu, e os desligará por cerca de vinte segundos, pra não chamar muito a atenção. Teremos muito pouco tempo pra poder retirar o chip de rastreamento da base da estátua, e colocar na estátua falsa. Assim que colocarmos a falsa, guardarmos a verdadeira, e trocarmos a blindagem, sairemos do Louvre tranquilamente.

- Isso é magnífico!

Disse Sr.Wallis.

- Certo, mas e quanto ao homem que levará para trocar a blindagem? Ele vai contar tudo!

- Não se sofrer um acidente de carro depois de ter feito a blindagem. Junto com seus outros colegas de trabalho!

- Genial, Sr.Rose, genial! Pode fazer isso por mim, Howard?

- Confesso que será um tanto difícil conseguir tudo que precisa, Sr.Rose. Mas… eu conseguirei! Começaremos tudo amanhã!

- Ótimo, ótimo! Agora se me derem licença, preciso voltar para o Château de Ham, e preparar um cômodo para guardar minha mais nova estátua! Vejo vocês amanhã, cavalheiros!

Disse, eufórico, o Sr.Wallis, se retirando do quarto após abraçar Howard e Thomas.

- Sr.Denver, se me permite perguntar, porquê o senhor faz tudo isso para o Sr.Wallis?

- Ora, Thomas, além de sermos grandes amigos, eu devo muitos favores ao Wallis! Ele me ajudou muito em muitas coisas, agora é hora de retribuir!

- É uma bela amizade!

- Sim, sim, sabemos bem juntar a amizade aos negócios! Ah, Thomas, depois que acabarmos com isso, se quiser mais trabalho, acho que podemos ter uma conversa em Nova Iorque!

- Não acho que precisarei de mais trabalhos, Sr.Denver, mas pensarei no assunto!

- Ótimo, mas por favor, me chame de Howard!

- Certo, Howard! Até mais ver!

- Até mais!




Esse capítulo está 3 páginas menor do quê o anterior. Se ainda sim preferirem capítulos menores, basta deixar um comentário! Boa leitura, valeu!

4 comentários:

  1. sua serie parece otima , tem ideias pra as proximas,bjs

    ps e mmmmmmmmmmmelhor assim mais curto pq da mais misterio .

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  2. É uma série grandinha até, vai render uma boa leitura pra quem está acompanhando, há há. Ah, eu tenho algumas outras séries que estão por vir aí, temáticas diferentes mas em minha humilde opinião, sempre boas. Beijão!

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  3. Amei!!
    Não, não achei grande!Tenho sede de históriassss.

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    1. Fico feliz que tenha gostado, continue acompanhando porquê o próximo capítulo sai loguinho ;) .

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