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Em um estale de dedos, litros e litros de água
empurraram Cissa e Núbia contra a parede.
_ As histórias não contavam sobre ele controlar a
água! _ disse Núbia.
_ As histórias não contam muitas coisas _ disse
Cissa.
Uma mão gigante de água se formou e agarrou Núbia.
Cissa tentou pega-la pelo braço, mas já não havia como. Núbia seria prensada
contra parede se o Curupira não tivesse surgido repentinamente empurrando o
boto para trás. A mão gigantesca se desfez e Núbia caiu de joelhos no chão. Sua
perna inteira doía, mas ela não podia se dar ao luxo de se lamentar por isso.
Ignorou a dor e se levantou.
_ Curupira! _ chamou Cissa, então voltou-se para
Núbia. _ Leva ela daqui.
_ Mas e você? _ Núbia e Curupira perguntaram
juntos.
O Boto se levantou e encarou com fúria cada um dos três.
Ainda sim, Cissa tentou demostrar confiança e
voltou-se para Curupira com seu sorriso sacana.
_ Vamos dizer que o cachimbo não é a única
lembrança que guardei dos velhos tempos.
Curupira sorriu, já Núbia estava _ como se diz
popularmente_ boiando com tudo aquilo.
_ Cissa... _ Núbia não tinha palavras.
_ Vai menina, que eu te alcanço.
Núbia negou com a cabeça, a ultima coisa que queria
era deixar Cissa sozinho lá, mas não teve muita escolha, Curupira lhe pegou
pelo braço e a levou sem sequer lhe dar tempo de protestar. Em segundos já
estava fora da caverna, na beira do lago. Agora só se ouvia estrondos do outro
lado da cachoeira, as águas se agitavam, uma briga ocorria lá dentro e Cissa
estava sozinho.
_ Não podemos deixa-lo lá! _ protestou Núbia.
O Curupira revirou os olhos.
_ Acredite, podemos sim.
Logo se ouvira uma explosão e redemoinhos de vento
levantaram a água em alturas incríveis, era como um mine tsunami, ou uma
tempestade apocalíptica na região isolada da cachoeira. O Curupira voltou a
levar Núbia contra sua vontade, desta vez para bem mais distante. Mesmo longe
do lago, se ouvia as explosões, de água e vento, contudo, mais forte do que
isso, era os batimentos cardíacos de Núbia.
Do nada, tudo ficou silencioso e Núbia não teve outra
reação a não ser correr de volta para o lago, e dessa vez, Curupira não a impediu.
Ao chegar lá, se deparou com a cachoeira caindo normalmente, porém, o lago já
não estava tão límpido como de costume, havia destroços da caverna, pedaços de rocha
por todo o lago, e a água estava um tanto barrenta devido as explosões,
contudo, a única coisa que chamou a atenção de Núbia era Cissa, que felizmente, porém surpreendentemente, estava bem. Estava de pé visualizando o lago. Sua
roupa estava encharcada, seu cabelo mais bagunçado que o comum e parecia
ofegante e muito cansado, entretanto, sem nem um ferimento. Núbia se aproximou
devagar, mas quando Cissa se virou ela não resistiu: correu e o abraçou.
Inicialmente Cissa pareceu surpreso, mas depois também a envolveu em seus
braços.
_ Você está bem? _ perguntou Núbia.
_ É, claro que estou, sou invencível esqueceu?
Núbia riu.
_ Não, não me esqueci.
Eles trocaram olhares com o rosto próximo e logo Núbia por impulso o beijou, mas logo parou e o fitou, Cissa parecia surpreso.
_ Eu... não sei o que deu em mim _ disse Núbia.
Cissa sorriu de leve e apertou mais a cintura dela.
_ Provavelmente o mesmo que está dando em mim.
Ele então a beijou, não um beijo qualquer, foi o beijo. Quanto mais se beijavam mais se desejavam, atém alguém ao lado dizer:
_ Eu... não sei o que deu em mim _ disse Núbia.
Cissa sorriu de leve e apertou mais a cintura dela.
_ Provavelmente o mesmo que está dando em mim.
Ele então a beijou, não um beijo qualquer, foi o beijo. Quanto mais se beijavam mais se desejavam, atém alguém ao lado dizer:
_ Oh! Vocês vão acabar se engolindo.
Núbia e Cissa olharam para o lado, onde Curupira
olhava a cena com cara de nojo. Porém, ambos somente riram com isso.
_ O que houve com o Boto? _ perguntou Núbia.
_ Voltou pro lugar de onde veio.
_ Amazônia? _ supôs Curupira.
_ Inferno _ respondeu Cissa.
Núbia e Curupira o olharam, incrédulos.
_ Está bem, não sou tão incrível assim _ disse Cissa _, mas acho
que o convenci a nos deixar em paz, vamos dizer que ele voltou pra terrinha
dele com as barbatanas entre as pernas.
Núbia riu e deu de ombros.
_ Um a menos _ disse ela. Então segurou firme a mão
de Cissa. _ Obrigada de novo, Cissa, e... eu prometo que nunca mais vou deixar
de confiar em você. _ Ela então voltou-se para o Curupira. _ E obrigada a você
também, Curupira, obrigada mesmo.
O Curupira estreitou os olhos, como se não
confiasse muito na gratidão de Núbia, mas por fim:
_ De nada, descendente do mal, acho... que vou
ficar por aqui, para resolver uns assuntos e não vou mais te atormentar.
_ Na língua dele _ falou Cissa, _ quer dizer que
ele será nosso amigo.
_ É pode, ser isso também _ disse o Curupira
abanando as mãos.
...
Já era noite, Núbia foi levada ao casarão por
Curupira e Cissa, companhias estranhas, mas que Núbia começava a adorar. Antes
de ir, Cissa segurou-a pelo braço e lhe deu mais um beijo
_ Te vejo amanhã? _ perguntou.
_ É claro _ disse Núbia.
Ela caminhou um pouco e logo não resistiu olhando para trás, mas como já era de se esperar, tanto Cissa quanto Curupira não
estavam mais lá.
Só para constar, o quarto episódio vai ser postado semana que vem, essa semana vou ficar meio fora do blog (assuntos pessoais). Mas, uma coisa que eu queria lhes perguntar é, vocês têm algum personagem favorito no Folclore Oculto? Se tem, qual é?Comentem!
bjs, espero que tenham gostado, e até a próxima.
meu favorito e o cissa
ResponderExcluirA graça da série. Eu também o amo.
ExcluirBJS
Esse episódio foi incrivel!!!!!
ResponderExcluirAh, e eu adoro o Cissa.
Nossa, legal, eu estava com medo que as pessoas não gostassem do ep por ele sair um pouco do estilo costumeiro, mas fico feliz por você ter gostado. OBG!!!
ExcluirO Cissa realmente é uma graça, na verdade ele é a graça, né. Também o adoro