segunda-feira, 9 de março de 2015

Paródia do Poema "Meus Oito Anos".

Olá leitores.
 Hoje postarei algo diferente. Já leram o poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu? Se não, AQUI está o poema completo, mas as partes necessárias estão logo abaixo. Bem, eu como vários outros escritores (como Ruth Rocha ou Oswald de Andrade), resolvi fazer uma paródia de tal poema, falando da minha infância nada aprazível como da citada por Abreu, porém, o poema até que ficou engraçado.
Recomendo que leiam os versos do poema original, e depois leiam o meus, que fica mais engraçado e compreensível. (Casimiro de Abreu é o primeiro com a fonte de cor vermelha, o meu é o poema de fonte roxa)


Meus Oito Anos.

Casimiro de Abreu.

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
[...]
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Minha Infância.

Jú Ribeiro.

Oh! Não saudades que tenho
Da pior fase de minha vida,
Da minha infância perdida
Que os anos felizmente não trazem mais!
Que rancor, que sedentarismo, que monotonia,
Naquelas tardes solitárias
Sem nem uma brincadeira,
Pelas pernas fracas de mais!

Como são horríveis os dias
De questionar o porquê da existência!
— Respira a alma inocência
Como observar uma flor;
Já que não podia correr no terreiro,
O céu — uma distração de esplendor,
O mundo — um lugar amedrontador
A vida — Um hino d’horror

Que aurora? Que sol? Que vida?
Que noites sem melodias
Nem sabia o que era alegria,
As não ingênuas crianças!
Faziam-me ver estrelas
Deixavam-me de terra, cheia,
Fazendo-me beijar a areia,
Zombeteando de mim até cansar!
[...]
Livre filha nunca foi,
Mas ia bem acostumada,
Vestida como uma boneca treinada,
— Pela minha mãe que não me deixava escolher nada —
Correndo pelas campinas
Das outras garotas pequeninas,
Que batiam em mim com as cadeiras
Pois não podia fugir delas ligeiras
Por varias vezes, quase vi a luz!

Naqueles tempos odiosos
Ia colher as frutas no pomar,
Mas nas árvores não podia escalar,
Porque sabia que iria cair e me quebrar;
Rezava às Ave-Marias
Pedindo a morte das minhas coleguinhas
Adormecia a chorar
Pensando que na futura manhã.

Teria que o preconceito, de novo, enfrentar!

Ao meso tempo que é uma paródia irônica, meu poema faz critica ao bullying, algo nada engraçado, é claro, e que logo farei um artigo sobre, aqui no blog.

Bem espero que tenham gostado, beijos e até a próxima.

3 comentários:

  1. É nos somos realmente super parecidaa o bullyng quase acabou com a minha vida mais minha infância (super inocente) ja era .

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    1. Exato. compreendo. Mas lembre-se q ainda tem muito o q viver, e tempo o bastante para dar a volta por cima.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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